Estamos educando nossos filhos para um mundo que já não existe
O relatório O Futuro dos Empregos 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, é um alerta urgente: o mundo do trabalho mudou, mas nossas escolas continuam no século passado.


Enquanto as empresas procuram por jovens com pensamento crítico, criatividade, inteligência emocional e capacidade de resolver problemas complexos, nossas escolas ainda treinam crianças para decorar conteúdo, repetir fórmulas e obedecer comandos.
As 10 habilidades mais importantes para 2025, segundo o relatório, são:
- Pensamento analítico e inovação
- Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado
- Resolução de problemas complexos
- Pensamento crítico e análise
- Criatividade, originalidade e iniciativa
- Liderança e influência social
- Uso e monitoramento de tecnologia
- Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
- Raciocínio e ideação
- Inteligência emocional
Agora pense: quantas dessas habilidades estão sendo realmente desenvolvidas dentro das escolas hoje?
O modelo tradicional está falido
A estrutura da maioria das escolas brasileiras ainda é baseada na lógica da Revolução Industrial: salas em fila, professores no centro, alunos calados, notas como único termômetro de aprendizado e um currículo engessado, que pouco ou nada dialoga com a vida real.
A tecnologia, quando chega, é superficial. A criatividade é punida. O erro é motivo de vergonha, não de aprendizado. A inteligência emocional, o autoconhecimento e o pensamento crítico são deixados de lado em nome da "matéria do dia".
Estamos formando jovens para tirar nota boa, mas não para tomar boas decisões.
O que precisa mudar?
Se queremos preparar nossos filhos para o futuro — e não para o passado — precisamos urgentemente repensar o papel da escola. Algumas mudanças urgentes incluem:
- Mais projetos, menos provas. A avaliação precisa medir raciocínio, solução de problemas e aplicação prática, não apenas memorização.
- Mais protagonismo, menos passividade. O aluno precisa ser sujeito do processo, não apenas ouvinte.
- Mais empatia e educação emocional. O mundo pede colaboração, escuta e equilíbrio interno.
- Mais tecnologia com propósito. O digital não pode ser vilão nem enfeite — precisa estar integrado ao processo de forma inteligente.
- Mais conexão com o mundo real. Os conteúdos escolares devem dialogar com os desafios do século XXI: sustentabilidade, inovação, cidadania, propósito e impacto.
A pergunta que não quer calar: vamos continuar fingindo que está tudo bem?
Enquanto o mercado se reinventa, a escola ainda ensina como se estivéssemos nos anos 80. Enquanto o mundo pede criatividade, flexibilidade e pensamento empreendedor, ainda formamos alunos para decorar apostilas e temer o erro.
Precisamos, com urgência, de uma escola que prepare para a vida. Uma escola que ensine a pensar, a sentir, a resolver, a empreender e a se reinventar.
Porque o futuro não vai esperar.
Fonte: https://reports.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs_2025_Press_Release_PTBR.pdf
Crédito de imagem: <a href="https://br.freepik.com/fotos-gratis/garoto-de-tiro-completo-sendo-intimidado-em-sala-de-aula_30237233.htm">Imagem de freepik</a>

Marília Teófilo | Mom Academy
Marilia Teofilo é mãe de cinco, Pedagoga, Pós-graduada em Neuropsicopedagogia; Educação Especial e Inclusiva e Transtorno do Espectro Autista: Inclusão social e escolar. Formação em Neuroeducação e Altas Habilidades/Superdotação. Fundadora da Eduqhub. Escritora com 25 livros publicados.