A infância é um período fundamental no desenvolvimento humano, pois é nesta fase que o cérebro começa a formar as bases para as habilidades cognitivas, emocionais e sociais que a criança levará para a vida adulta. A neurociência tem demonstrado, ao longo dos anos, que as experiências vividas pelos pequenos, especialmente nos primeiros anos de vida, têm um impacto profundo e duradouro em sua saúde mental e emocional. A qualidade das interações e o ambiente em que a criança cresce são cruciais para o desenvolvimento adequado do cérebro.
Marília Teófilo • Leitura: 5 min • 3/22/2025
Aqui estão 10 dicas para ajudar no desenvolvimento o seu filho, com base nas descobertas da neurociência, que podem impactar positivamente suas habilidades, personalidade e saúde mental a longo prazo.
O cérebro infantil, especialmente nos primeiros anos de vida, está em uma fase de intensa formação e plasticidade neural. Isso significa que as conexões neuronais se formam mais rapidamente e em maior número. O carinho e a atenção dos pais e cuidadores ajudam a construir essas conexões, promovendo o desenvolvimento emocional da criança e a formação de uma base segura para relações futuras. O contato físico e a expressão de amor são verdadeiros "alimentos" para o cérebro. A conclusão é simples: se você quer um cérebro saudável, comece com abraços!
Ensinar seu filho a identificar e nomear suas emoções desde cedo é essencial para o desenvolvimento da inteligência emocional. Crianças que têm suas emoções reconhecidas e compreendidas pelos pais tendem a ser mais resilientes e têm uma maior capacidade de lidar com os desafios da vida. Segundo a neurociência, ao compreender e verbalizar emoções, o cérebro ativa regiões que ajudam a controlar o estresse e melhorar a autorregulação. Portanto, em vez de dizer "não fique bravo", que tal perguntar "o que está te deixando bravo?"?
A brincadeira é uma das formas mais poderosas de aprendizado para as crianças. E não estou falando apenas das clássicas brincadeiras de "esconde-esconde". Atividades que envolvem resolução de problemas, criatividade e interações sociais são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo. Ao brincar, as crianças exercitam habilidades de resolução de problemas, memória e pensamento lógico, além de desenvolverem habilidades sociais. O jogo é, sem dúvida, uma academia para o cérebro em crescimento.
O cérebro infantil adora novidades. A curiosidade ativa o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, o neurotransmissor do prazer. Deixar que seu filho explore, faça perguntas e investigue o mundo ao seu redor de forma livre e sem pressões pode ser extremamente benéfico para o desenvolvimento cognitivo. O ideal é criar um ambiente que permita e encoraje essas descobertas. O "por quê?" de uma criança nunca é cansativo, é apenas o cérebro dela tentando fazer conexões!
Desafios são essenciais para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, mas cuidado: desafios excessivos ou muito difíceis podem gerar frustração e prejudicar a confiança da criança. A chave é o equilíbrio entre o desafio e a capacidade da criança. A neurociência explica que, ao aprender algo novo e conquistar um desafio, o cérebro cria novas sinapses, fortalecendo as redes neurais e promovendo o crescimento intelectual.
O desenvolvimento motor também tem uma forte correlação com o desenvolvimento cognitivo. Atividades que envolvem movimento, como correr, pular, dançar e até brincar com blocos de montar, são fundamentais para a formação das conexões neurais no cérebro. Além disso, o movimento físico ajuda a regular as emoções, melhora a coordenação e prepara o cérebro para atividades mais complexas à medida que a criança cresce.
Embora a rotina pareça ser uma coisa simples, ela tem um impacto profundo no cérebro da criança. Um ambiente previsível ajuda a criança a se sentir segura e a entender o mundo ao seu redor. A repetição de atividades e a consistência nas regras ajudam a formar um cérebro mais organizado e capaz de lidar com a complexidade da vida. E não se esqueça: estabelecer regras claras e justas também ensina as crianças sobre consequências e limites.
A leitura é uma das atividades mais poderosas para o cérebro infantil. Ao ouvir histórias, as crianças são expostas a novas palavras, conceitos e ideias, o que estimula áreas do cérebro responsáveis pela linguagem e pelo pensamento abstrato. A neurociência mostra que crianças expostas à leitura desde cedo têm um vocabulário mais rico e uma maior capacidade de entender e processar informações. Além disso, a leitura ajuda a desenvolver empatia, uma habilidade essencial para a vida adulta.
Deixar que seu filho resolva pequenos problemas sozinho e tome decisões simples ajuda a fortalecer a confiança e a independência. A autonomia é um fator importante no desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais, e quando a criança tem a oportunidade de fazer escolhas, o cérebro ativa regiões responsáveis pelo pensamento crítico e pela tomada de decisões. Claro, isso não significa deixar a criança fazer tudo sozinha, mas permitir que ela experimente desafios de forma controlada.
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Marilia Teofilo é mãe de cinco, Pedagoga, Pós-graduada em Neuropsicopedagogia; Educação Especial e Inclusiva e Transtorno do Espectro Autista: Inclusão social e escolar. Formação em Neuroeducação e Altas Habilidades/Superdotação. Fundadora da Eduqhub. Escritora com 25 livros publicados.
